19 de jul. de 2011

Governo federal libera R$ 100 milhões para projetos culturais em 6 áreas

O anúncio da Fundação Nacional de Artes (Funarte) de uma verba de R$ 100 milhões destinada a projetos culturais foi recebido, nesta segunda-feira, com aplausos calorosos por uma plateia formada, em sua maioria, por profissionais do setor, no Palácio Gustavo Capanema. Um dos destaques do programa de fomento às artes 2011, que contempla as áreas de teatro, dança, circo, música, artes visuais e de integração entre as artes, é a vinda de duas das mais prestigiadas companhias de teatro do mundo: o Théâtre du Soleil, da francesa Ariane Mnouchkine, e o grupo do inglês Peter Brook.

Aumento da verba

Outra característica do programa este ano é o aumento do valor destinado a cada área. O Prêmio Myriam Muniz de produção teatral, por exemplo, terá investimento total de R$ 10 milhões — 40% a mais em relação ao ano passado.

"A cada edição, o número de projetos inscritos aumenta. Então, não só temos que crescer a verba, como distribui-la melhor por área e por regiões do país", diz o presidente da Furnarte, Antonio Grassi, que alerta para a já esperada grande participação do Sudeste, com 60% dos projetos inscritos, e para a crescente participação dos estados do Nordeste no programa.

Ainda nas artes cênicas, um dos pontos altos é a reabertura, no dia 2 de agosto, do Teatro Dulcina, fechado desde 2007. Com investimento de R$ 2, 3 milhões, a inauguração vai contar com espetáculos de Bibi Ferreira, Fernanda Montenegro e Nathalia Thimberg. Ainda dentro dos eventos da reinaguração do espaço, Grassi confirmou a apresentação da companhia do prestigiado diretor inglês Peter Brook, no início de setembro, com a estreia sul-americana do espetáculo “Uma flauta mágica”.

A vinda de Brook ao Rio acontece no âmbito das “ações internacionais” realizadas pela Funarte. A elas, estão ligadas também, entre outras, a participação brasileira na Quadrienal de Praga 2011 e na Bienal de Veneza, com a ida do artista plástico Artur Barrio ao evento para representar o Brasil, além da temporada na cidade do Théâtre du Soleil.

Referência nas artes cênicas mundiais, a companhia francesa com sede na Cartoucherie, nos arredores de Paris, vem ao Rio pela primeira vez, em novembro, com o espetáculo “Les naufragés du fol espoir”. Mais recente montagem da companhia, a peça, cuja temporada na cidade ainda não local definido, trata do nascimento do cinema. A criadora e diretora do grupo, Ariane Monouckine, vai ainda ministrar um de seus concorridos workshops no Teatro Dulcina.

"Tanto o Brook como a Ariane foram exemplos de uma sinergia que aconteceu. As datas casaram perfeitamente e, além disso, o Brasil vive um ótimo momento para atrair grandes atrações internacionais", ressalta Grassi. "Nossa imagem lá fora está cada vez mais positiva e os artistas fazem questão de vir se apresentar aqui. Há alguns anos, isso não seria possível."

Outros destaques do anúncio são os prêmios ProCultura de Estímulo ao Circo, Dança e Teatro, que recebeu R$ 22,2 milhões, e o ProCultura de Estímulo às Artes Visuais, com R$ 14 milhões. O Pro-Cultura de Estímulo à Música tem R$ 11, 8 milhões destinados a apoio a festivais, a bandas e palcos musicais permanentes. Os três prêmios terão os resultados divulgados no fim de agosto.

Por Catharina Wrede, da Agência O Globo






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