Publicado em 30 de novembro de 2011 por gta
O
Projeto Carbono Suruí, iniciativa pioneira em Terras Indígenas
brasileiras, chama a atenção de participantes da COP-17. “Achei muito
interessante saber que existe um projeto indígena no Brasil e,
principalmente, que o processo está acontecendo de forma participativa” –
afirmou Elavoko Gill da Angola.
Almir,
liderança do povo Paiter Suruí e Ivaneide Bandeira Cardozo, da
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé – organização filiada ao
Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) – apresentaram a proposta de
construção do projeto REDD durante o Evento Paralelo Iniciativas
Pioneiras de REDD+ Indígena que aconteceu hoje (30) promovido pelo
Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
(IDESAM).
De
acordo com Ivaneide “os povos indígenas detêm do conhecimento
tradicional e a Kanindé do conhecimento técnico-científico. A combinação
dessas duas questões que garante o sucesso da iniciativa”. Elaborada
pela própria comunidade o Projeto Suruí conta com a assessoria de
pesquisadores que respeitam totalmente a questão do consentimento livre,
prévio e informado – explicou ela.
Respaldado
pelo consentimento livre, prévio e informado – direito dos povos
indígenas previsto em acordos internacionais como a Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) o projeto parte do princípio
que toda a comunidade é envolvida em todos os processos decisórios e
todo processo é documentado por meio de filmagens e relatorias, na
alocação de responsabilidades e repartição dos benefícios e, por último,
no processo transparente da garantia dos direitos das comunidades
envolvidas.
Segundo
Almir Suruí os indígenas não começaram a discutir o projeto de REDD+
pela idéia de seqüestro carbono, mas como parte das ações de
conservação, proteção e sustentabilidade previstas no plano de 50 anos
do povo Suruí. “Dentro do plano temos vários programas, como o de
cultura, fortalecimento institucional, saúde, educação e meio ambiente.
Uma das iniciativas dentro da categoria de meio ambiente é o Projeto
Carbono Suruí, a formação de agentes indígenas ambientais,
reflorestamento, proteção e educação ambiental.”
O
projeto representa uma ação bastante promissora para os povos indígenas
da Terra Sete de Setembro e para a floresta, que se encontra bastante
ameaçada por invasões, extração ilegal de madeira e desmatamento para a
implantação de pastagens e agricultura.
A
Iniciativa, que será aplicada nos próximos 30 anos, é liderada pela
Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí, em parceria com a
Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, ONG responsável pela
elaboração do etnozoneamento, assistência técnica e o plano de
reflorestamento, o Forest Trends e a Incubadora do Grupo Katoomba,
Equipe de Conservação da Amazônia (ACT-Brasil), responsável pelo
processo de construção participativa do projeto, assessoria jurídica à
Metareilá e assessoria antropológica do projeto, bem como o
desenvolvimento do banco de dados de Sistemas de Informação Geográfica
(SIG) e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) responsável
por construir e gerir o fundo permanente do projeto que repassará
recursos à Associação Metareilá.
Assessoria de Comunicação GTA/Observatório do REDD
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